domingo, 6 de outubro de 2013

Júri Popular do Caso Vergel ocorrerá no próxima 10 de outubro

No próximo dia 10 de outubro, será realizado júri popular referente à tentativa de homicídio contra três lavradores da comunidade Vergel. No banco dos réus estarão Raimundo Pereira e Francisco Guimarães Pereira, conhecido como Chico Corda. Atuarei, ao lado de Luís Antonio Pedrosa como assistente se acusação.

A violência em Vergel:

Em 2007, Manoel Coelho da Silva, Terezinha da Costa da Silva e Francisco Costa da Silva sofreram tentativa de homicídio (atentado a tiros de espingarda  e revolver calibre 38)  na localidade. Seis dias após o atentado, o animador de comunidade Alfredo foi executado com seis tiros e pauladas na cabeça. Em 14 de Janeiro de 2010,por volta das 17 horas,foi assassinado covardemente com dois tiros nas costas a liderança católica Raimundo Pereira da Silva, conhecido como Raimundo Chagas, animador  da Comunidade de Vergel, que fica 51 km distante de Codó. No final da década de 1980, foi morto em decorrência do conflito o lavrador João do Lúcio. 

Para entender tamanha violência, devemos retornar ao ano de 1984. Com a morte dos antigos proprietários, avós das vítimas,abriu-se, neste ano, Ação de Inventário. Várias pessoas se habilitaram e a partir de então, várias cessões de direitos hereditários foram vendidas, de maneira ilegal. Vários herdeiros tiveram seus direitos vilipendiados e Vergel começou a ser fatiada entre grileiros e madeireiros. As famílias herdeiras, que não se submeteram às ilegalidades, começaram a sofrer várias formas de pressão, até que no final da década de 1980, ocorreu o primeiro assassinato. Com a expansão da fronteira agrícola para o leste do Maranhão, na década passada, a pressão sobre as áreas de reserva de Vergel aumentaram, juntamente com a violência. Em menos de 3 anos, mais dois assassinatos. E, enquanto mortes eram anunciadas por bilhetes, o Estado não conseguia evitar tamanha violência. Como até hoje! Não houver sequer instauração de inquérito policial para investigar a morte do lavrador Alfredo. Em janeiro deste ano, a capela da comunidade foi criminosamente incendiada e a o inquérito nunca foi concluso. O sr. Antonio Isídio, conhecido por Leis, vem sofrendo várias ameaças de morte, a ponto de ter sua roça incendiada em setembro deste ano e ser obrigado a deixar sua casa em razão do perigo que corre na comunidade. Todas estas situações foram relatadas para o Estado, através de ofícios encaminhados pela Fetaema, CPT e Diocese de Coroatá para as mais diversas autoridades. E a violência contra os lavradores aumenta cada vez mais!

Que ao menos no júri popular não se cometam injustiças. Que Vergel possa ter  Paz!
                                         Capela de Vergel,Codó-MA incendiada 

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