Os
dados apresentados pela campanha em defesa da reforma agrária, lançada
pelo Sindicato dos Peritos Federais Agrários do INCRA, que estão em greve por
condições dignas de trabalho, atestam que os Governos Lula e Dilma abandonaram,
definitivamente as políticas públicas em reforma agrária. Os dados demonstram
que os dois governos do PT desapropriaram menos que os governos de FHC.
Estes dados apenas refletem a opção
dos sucessivos governos brasileiro por um modelo de desenvolvimento pautado na
exportação de commodities agrícolas e minerais, em detrimento do conjunto dos
trabalhadores rurais, que são vitimados por uma agenda dos “lucros infinitos”,
que culmina em assassinatos, despejos, ameaças de morte de centenas de
lideranças campesinas brasileiras, bem como o trabalho escravo.
Neste palco dos horrores, onde
estrelam figuras como Kátia Abreu ( senadora pelo Tocantins e presidente da
CNA), Gleisi Hoffmann (Ministra da Casa Civil), Edson Lobão (Ministro das Minas
e Energia) e Dilma, se observa um movimento de
desconstitucionalização de vários direitos desconstruir alcançados
pelos Movimentos do Sociais do Campo (CONTAG, MST, CPT, CIMI e outros) na
Constituinte e concretizadas na Carta Magna, tais como o direito da propriedade
definitiva das comunidades quilombolas, os direitos originários dos
indígenas sobre as terras que tradicionalmente ocupam e o direito à reforma
agrária.
Numa
ponta oposta, empresas do agronegócio e da mineração, diante da inércia
consentida do Governo Federal, avançam sobre áreas de comunidades tradicionais,
de agricultores familiares, provocando a morte e destruição dos povos e das
florestas e aumentando, numa relação diretamente proporcional com a violência,
seus lucros, sempre bilionários.
O
Maranhão, um dos estados da federação que apresenta, historicamente, maiores
números de conflito agrário e trabalho escravo, viu sua população rural reduzir
de 60% em 1996, para pouco mais de 30% em 2013. Para além dos números,
observa-se a destruição de comunidades inteiras e seus vários modos de pensar,
de produzir e de viver. Uma situação dramática que envolve milhões de
migrantes, todos os dias, que se agrupam nas periferias, que morrem nas filas
dos hospitais públicos ou que acabam virando escravos.
Aos movimentos sociais, cabe a
construção de uma agenda unitária de lutas e mobilizações permanentes para os
próximos períodos. As mobilizações da cidade, ocorridas em 2013, servem de
exemplo para o conjunto dos trabalhadores rurais e suas organizações. A guerra
está em curso, os inimigos são claros. Ou lutamos ou morreremos!
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